As engrenagens cilíndricas de dentes retos são amplamente usadas em transmissões mecânicas devido ao design simples, fácil fabricação e alta capacidade de transmitir torque entre eixos paralelos, sendo ideais para diversas aplicações industriais e automotivas.
A forma dos dentes segue uma curva envolvente, garantindo que a transmissão de movimento ocorra com uma velocidade angular constante entre os eixos. Esse perfil de dente minimiza o impacto e o desgaste, enquanto maximiza a eficiência do sistema.
Ao projetar um par de engrenagens, é importante estabelecer dados iniciais como: Potência, rotação, medidas de diâmetro, numero de dente e módulo. Esses dados são necessários para o dimensionamento do par e calcular as forças atuantes no dentes. As forças atuante em engrenagem ciclindricas de dentes retos são:
Essas forças devem ser determinadas para avaliar a resistência dos dentes e, posteriormente, para dimensionar adequadamente eixos e mancais que suportarão essas cargas.
As forças tangencial e radial são essenciais para o cálculo dos componentes periféricos, como eixos-arvores e mancais. O eixo-arvore que suporta a engrenagem deve ser dimensionado para resistir às forças de flexão e torção resultantes dessas forças, enquanto os mancais precisam suportar as cargas radiais aplicadas pela engrenagem.
Ao calcular a resistência de eixos e mancais, devem-se considerar:
O flanco do dente da engrenagem é a área de contato entre os dentes acoplados. Durante o funcionamento contínuo, ocorre atrito entre essas superfícies, o que resulta em desgaste, conhecido como adelgaçamento no flanco do dente. Ele pode ser agravado por:
Para minimizar o adelgaçamento no flanco do dente, recomenda-se o uso de materiais resistentes ao desgaste, lubrificação e o dimensionamento correto, não utilizando poucos dentes na engrenagem pinhão.
Um dos problemas mais críticos em sistemas de engrenagens é a interferência, que ocorre quando a ponta do dente de uma engrenagem entra em contato com a base do dente da engrenagem acoplada. Para evitar esse problema, deve-se garantir que o número de dentes do pinhão.
Para um ângulo de pressão de 20º, o número mínimo de dentes sem interferência é geralmente de cerca de 17 dentes no pinhão.
A relação entre pinhão e coroa deve ser estabelecida de forma que o sistema mantenha uma relação de transmissão eficiente e livre de interferências. O número máximo de dentes na coroa é limitado pela relação de transmissão desejada e pelas características geométricas do sistema.
Engrenagens com muitos dentes na coroa podem ser suscetíveis à interferência e podem exigir modificações, como alívio de perfil ou ajustes no ângulo de pressão.
O dimensionamento correto das engrenagens, considerando o desgaste no flanco do dente, o número mínimo de dentes no pinhão e o número máximo de dentes na coroa, é essencial para garantir a eficiência e a durabilidade do sistema de transmissão. Esses fatores influenciam diretamente na confiabilidade e no desempenho da engrenagem, afetando a transmissão de potência e a vida útil do conjunto.